sábado, dezembro 31, 2005

Luzes...

Foto: Ourém, Dezembro 2005

2005.. um olhar ...#2

Mais ano, e mais uma época natalícia.
Se há algo que irrita nesta época é a transformação epidérmica que esta quadra gera nas pessoas.
Passamos o ano a ser uns pulhas uns para os outros, o mais importante durante todo o ano é o nosso próprio umbigo, e de repente, durante quinze dias, aderimos às 550 campanhas de solidariedade que nesta altura crescem como cogumelos, e passamos a olhar para o outro de forma um pouco diferente. Um bom exemplo disso é a recente campanha de TV para angariação de fundos para os "coitadinhos" dos refugiados.
É claro que estas acções são importantes ou pelo menos podem sê-lo.
Primeiro, se estes organismos como a Onu saibam retirar as devidas ilações da forma como forma geridos e deviados fundos resultantes de acções como o Live Aid ou o programa petróleo em troca de alimentos para o Iraque.
Segundo, se estas contribuições individuais constituam um pequeno acto de mudança interior e não apenas um muito útil lavar de consciência, aliado às sempre úteis deduções no IRS.

sexta-feira, dezembro 30, 2005

2005.. um olhar ...

Alemanha

Acho alguma graça quando alguma imprensa (DN por exemplo) elegeu Angela Merckl como a personalidade internacional do ano.
Face aos resultados das últimas legislativas, a personagem do ano alemã é sem dúvida... Gerard Shroeder. Candidato a um terceiro mandato, com todo o desgaste governativo de oito anos no poder, com um desemprego crescente, Schroeder perdeu a reeleição na recta da meta, por milésimos.
Acresce a isso, o facto das sondagens darem a Merckl uma vitória esmagadora.
Ao contrário do que faziam querer, a grande maioria da Alemanha estava dividida. Uns queriam uma mudança radical, outros queriam mudança mas na continuidade.
Resta agora saber como a grande coligação governamental irá conciliar programas de governos quase antagónicos.
Dado que os dois maiores partidos alemães CDU e SPD integram esta coligação, resta saber em quem votarão os alemães quando se cansarem desta coligação. Nos verdes? Nos antigos comunistas aliados a Lafontaine?

Para a minha memória, Schoerder fica como primeiro chanceler a assumir de forma clara que em 1945 os Aliados libertaram não apenas a os países ocupados pelos Nazis, mas a própria Allemanha dum regime tirano. O seu antecessor, Helmuth Koll, em virtude de ter tido um irmão vítima do conflito, nunca conseguiu dissociar se desse facto. Shroeder foi o primeiro Chanceler a estar presente nas comemorações do armistício. Shroeder foi o primeiro Chanceler a condecorar a título pôstomo os estrategas da tentativa de assassinato de Hitler em 44.
Sessenta anos após o fim da Segunda Grande Guerra, a Alemanha reconciliou com o seu passado. Schroeder apenas simbolizou isso. E não foi tão pouco quanto isso...

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Dias de inverno...

Foto: Ourém, Dezembro 2005

Portugal Portugal, de que é que estás à espera

Qual é para si a figura nacional mais marcante do ano?

"Alexandra Lencastre. Gostei muito dela na telenovela. Fez um papel espectacular e talhado para ela."

Maria do Rosário, Ajudante de cozinha, 35 anos


Questionário de rua, jornal Publico, 28 Dez 05
Título do blogue: Extraído da letra "Portugal, Portugal" de Jorge Palma

quarta-feira, dezembro 28, 2005

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Esta cidade...

Foto: Vista do Miradoura da Graça em Lisboa, Outubro 2005

terça-feira, dezembro 20, 2005

domingo, dezembro 18, 2005

Modas

"Se for eleito Presidente da República, passará a usar gravata?"

Questão colocada pelo jornalista da Sic ao candidato Francisco Louçã, no debate ocorrido entre este e o candidato Mário Soares.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Picardias...

"Bem, a verdade é que o Dr Manuel Alegre vai fazer em Maio próximo jubilosos setenta anos.. falar em renovação..."

Candidato Mário Soares respondendo à "renovação como característica duma República" defendida por Manuel Alegre no debate ocorrido na TVI entre ambos.

Roupa estendida...

Foto: Ourém, Dezembro 2005

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Pode repetir por favor?

Os Portugueses sabem muito bem que a minha atenção está sempre e prioritariamente junto dos mais desfavorecidos.

Palavras do candidato presidencial Cavaco Silva no debate em que este se opôs ao candidato Jerônimo de Sousa.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Por mim, tá despedido!

Louçã lembrou no debate de ontem que Fernando Ulrich, Presidente do BPI e membro da Comissão de Honra do Prof. Cavaco, sugeriu há uns meses que os salários dos portugueses fossem reduzidos em 10% como modo de resolver a crise.Isso deu-me uma ideia.
E se, em reacção a essa proposta, os clientes do BPI reduzissem os seus depósitos no banco em 10%? E se fizessem o mesmo com os depósitos a prazo?
E com os fundos de investimento? E se mudassem os pagamentos domiciliados para outro banco? E se passassem a usar cartões de outros bancos nos seus pagamentos?
O que é que aconteceria? Naturalmente, o BPI não gostaria.
O mais natural seria mesmo que, de castigo, os accionistas do banco reduzissem em 10% o salário do Dr. Fernando Ulrich.
Até poderia acontecer que o despedissem.

Extraído do blogue Menina não Entra

E que tal, para variar, pensarmos o que será melhor para os alunos?

terça-feira, dezembro 13, 2005

sábado, dezembro 10, 2005

sexta-feira, dezembro 09, 2005

O País precisa de Si..C

Acompanhando o candidato presidencial Jerónimo de Sousa a uma visita a um lar de idosos, um jornalista da Sic, interpela alguns dos idosos.
A pergunta mais recorrente era se os presentes conheciam o líder comunista.
No entanto, o jornalista que não fixei o nome, resolve inovar na abordagem jornalística.
"Que idade tem, minha senhora?" pergunta.
"Olha, 75 ou 76 anos, não me recordo bem. A memória já não é o que era" responde.
"Já reparou que é mais nova que o candidato Mário Soares" comenta o jornalista. Relembro que a equipa de reportagem acompanhava o candidato Jerónimo de Sousa.

O que se chama a isto?
O apoio deliberado de uma estação televisiva a um candidato presidencial chamado Cavaco Silva?

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Recordações e polémicas

Velha polémica: qual era o génio musical... Paul ou John. A companheira de Lennon apimentou a discussão considerando John como Mozart e Paul como Lizet...

Parece me óbvio uma coisa. O somatório das partes era inferior ao seu conjunto. Sendo um conjunto brilhante, Beatles, separadamente, tinhamos músicos menores como é o evidente caso de Ringo.

No entanto, em relação a Paul e John acho que é relativamente fácil verificar qual era o génio. Basta analisar a discografia a solo de ambos os artistas. Após isso, conclui se facilmente: algum dos discos a solo de Paul é musicalmente e socialmente relevante? Não me parece.

Perante a mesma questão, só que enfocando na carreira de Lennon, aprece óbvio que pelo menos do ponto de vista de intervenção social (e musical também...), teve um papel importante.

Recordando...


Imagine there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today

Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too

Imagine all the people
Living life in peace
You may say,
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day you'll join us
And the world will be as one

Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world

You may say, I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day you'll join us
And the world will be as one

"Imagine" de John Lennon

domingo, dezembro 04, 2005

Absurdo

É o trio do horror do século XX: Mao, Estaline e Hitler.
Por esta ordem.
Cada um conseguiu, às suas ordens, provocar a morte e o sofrimento a milhões de pessoas.
É no entanto curioso como Mao escapou ao julgamento colectivo da sociedade que o criou.
Responsável pela morte de 7o milhões de pessoas, continua com o seu mausoléu em lugar de destaque, e com extensas filas de pessoas a tentarem ver um pouco do corpo embalsamado de Mao.
A última Pública de Novembro, que apenas ontem li, apresenta nos uma pequena reportagem sobre a ultima investigação da autora de "Cisnes Selvagens", Jung Chang. Dez anos de investigação da vida de Mao. Resultado: um livro.
Realça o lado menos conhecido de um monstro. Personagem que usou o poder, sempre com intuito de o manter, custe o que custasse, afastando fisicamente todos os que lhe pudessem fazer frente.
A história da China, muito bem retratada nas três gerações presentes em Cisnes Selvagens, realçam as dimensões de patéticas medidas económicas e crueis perseguissões políticas: milhões. Milhões de mortos, à fome. Milhões de mortos vítimas das sucessivas purgas e perseguissões políticas. Milhões de mortos em campos de trabalho forçado.
E quando se pensam em milhões, tudo fica como que insignificante. Humanamente emensurável. Pessoas sem fim que sofreram, de forma cruel, até ao limite da existência. Outras que ainda hoje sofrem, fruto dos horrores que viveram no regime de Mao.
Há algo de absurdo nisto tudo.

Músicas para sonhar #2


Há muitas canções de amor. Mas poucas, muito poucas, com a intensidade desta...
Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
A savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
A coups de pourquoi
Le coeur du bonheur
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas...

Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants-là
Qui ont vu deux fois
Leurs coeurs s'embraser
Je te raconterai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas...

On a vu souvent
Rejaillir le feu
D'un ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas...

Ne me quitte pas
Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
A te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas...

Ne me quitte pas
Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
A te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas...
"Ne me quitte pas" Jacques Brel
Foto: Blogue Silêncio

sábado, dezembro 03, 2005

The times, they are a changin´

Tenho reparado que a maioria dos escritores que admiro e que vivem em países com governos tremendamente opressivos escrevem sempre sobre política. Acho que agora isso está a acontecer a muitos de nós [escritores de ficção norte-americanos]. Quando não nos sentíamos perigosamente esmagados, parecia-nos viável escrever de uma forma mais ou menos apolítica. Hoje já não é assim. Todos temos que nos recordar permanentemente de que Bush só foi reeleito por uma margem muito pequena e, mesmo assim, nunca saberemos quanto negros foram mantidos longe das mesas de voto. É muito enfurecedor e desencorajador ver o que está a acontecer e saber que isto aconteceu com o consentimento de uma pequena maioria dos norte-americanos. Isto não foi um golpe de Estado: foi uma eleição.
Michael Cunningham , escritor, entrevista no Mil Folhas

Restos...

Foto: Bairro de Carnide, Lisboa, Novembro 2005

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Learn me...


Dialogo do filme "The constant gardener".

Tessa tentando convencer Justin Quayle, para que ele a levasse na sua viagem diplomática ao Quenia.

Justin: But I really don´t know you...

Tessa: You can learn me.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Não sei não...

"Haverá de certeza segunda volta"

Francisco Louçã, candidato presidencial, em entrevista ao Público.

Ela ensina-me

Ela ensina-me a sorrir
Ela ensina-me a brincar
Ela ensina-me a ouvir
Ela ensina-me a cantar
Ela ensina-me a dormir
Ela ensina-me a acordar
Ela ensina-me a sentir
Ela ensina-me a sonhar
Se tu queres ensinar-me
Eu quero aprender.
"Ela ensina-me" Letra: Nuno Rodrigues Voz: Rui Veloso

Cativante

adjectivo 2 géneros
1. que cativa;
2. sedutor;
(Do lat. captivante-, part. pres. de captiváre, «tornar cativo»)