sábado, junho 30, 2007

People!

O seu rosto iluminou-se, como se fosse um cigano à volta de uma fogueira imaginária:
"People!"
Éramos nós.
E nós - "people"- ficámos colados às palavras que o Puto soube dizer.
Todos os momentos são irrepetíveis. No entanto, as pessoas reparam com mais facilidade na forma como não se podem repetir aqueles momentos que tocam a perfeição - em que até a imperfeição (qualquer pequena imperfeição) é perfeita.
Nós éramos/somos humanos e, depois desse momento, foi isso que achámos acerca daquele momento, que tinha sido perfeito e irrepetível.
Extraído do conto "Legalize Airline" de José Luís Peixoto
"Hoje Não", Jun 2007, Edições Quasi, pág 25

sexta-feira, junho 29, 2007

A verdadeira história do parolo

José Berardo ('Joe' a que propósito?) ganhou os seus preciosos euros deitando-se com o brutal círculo de poder que impunha a segregação racial na África do Sul -- país de onde foi depois expulso por pilhar recursos naturais para a sua casa na Madeira -- e não é expectável que os indígenas possam a aceder à profilaxia de alguém que começou a coleccionar arte como quem acumula caricas.
in Kontratempos

Parolo rico #2

Este homem tem uma sede de protagonismo inversamente proporcional à sua educação.

in Kontratempos

Parolo rico

A excentricidade daquele homem tem um nome: parolice
in Kontratempos
Foto extraída de O Sabor da Cereja

quinta-feira, junho 28, 2007

Português suave

Se aprovarem uma lei suavizada, os deputados estarão a valorizar a falta de coragem, a mesquinhez e o conservadorismo.
E estes são atributos que ninguém quer nos representantes da nação.
Ricardo Garcia in publico

Vazio

A proposta do Governo era consistente com a dimensão do problema do tabagismo, que custa 12 mil vidas e quase 500 milhões de euros por ano ao país.
Mas vários deputados levantaram-se contra um detalhe que consideram desnecessário: a proibição de se fumar em pequenos restaurantes.
Disseram tratar-se de uma opção que feria as liberdades individuais e ostracizava os fumadores. Invocaram o risco do "fundamentalismo", um argumento essencialmente vazio.
Ricardo Garcia in publico

Baralhar e voltar a dar

O documento que entra em vigor dentro de seis meses é menos radical do que a proposta do Governo: dá aos pequenos restaurantes, bares e pastelarias a possibilidade de continuarem a ser locais de fumadores.

in publico.pt

Não fumar também é (em teoria) um acto livre

Fumar é um acto livre.
O que está em causa aqui é prescindir de 15 minutos à volta de um cigarro e um café num pequeno restaurante, que não tenha espaço próprio para fumadores - em favor dos empregados, dos outros clientes e até de outros adeptos do cigarro.
Qualquer pessoa com o mínimo de cultura cívica compreenderá a razão desta minúscula cedência.
Ricardo Garcia in publico.pt

quarta-feira, junho 27, 2007

Dificilmente o Largo do Martim Moniz e os seus dois imponentes CC da Mouraria e CC Martim Moniz (opção 19), não estarão no top10

A 7 de Julho vão ser anunciadas, em simultâneo, as novas 7 Maravilhas do Mundo e as 7 Maravilhas de Portugal. Mas Portugal não tem só maravilhas. Também tem horrores. Propomos assim que os nossos leitores votem e escolham os 7 Horrores de Portugal.
Ver e votar aqui.

Grande grande é a viagem

Estamos no Verão. E eu no Verão estreito as correntes com as palavras dos outros.
O Verão é uma boa altura para viajar assim.

Extraído do Bebedeiras de Jazz
Título: Disco de Fausto Bordalo Dias

Does anybody ever call me names?


Robert Graysmith: Does anybody ever call me names?
Paul Avery: You mean like 'retard'?
Robert Graysmith: Yeah.
Paul Avery: No.
Extraído de Zodiac

Incontinente...verbal

Maria Flôr Pedroso:
Os negócios da bolsa obrigam-no no a falar [intervir].
Mas... obrigam-no a falar tanto?

Joe Berardo entrevistado por Maria Flôr Pedroso
in Antena 1

Fomos enganados

A minha mãe tinha 46 anos quando eu nasci.
Eu fui um engano.

Joe Berardo entrevistado por Maria Flôr Pedroso
in Antena 1

Doesn't it bother you that people call you retard?


Robert Graysmith: Doesn't it bother you that people call you Shorty?

Shorty: Doesn't it bother you that people call you retard?

Robert Graysmith: Nobody calls me that.

Shorty: Right
Extraído de Zodiac

terça-feira, junho 26, 2007

Me, myself and I #3


Me, myself and I #2


Me, myself and I

Joe Berardo disse esta manhã no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, que vai enviar uma carta a António Mega Ferreira, um dos presidentes fundadores da Fundação Berardo, para que se demita do conselho de fundadores, invocando a inoperância deste na instituição.
in publico.pt

Tartit #2

Quando uma mulher tuaregue Kel Tamashek gosta de um homem, pede-lhe a mão em casamento. Quando deixa de gostar, divorcia-se dele e organiza uma festa. Um atípico matriarcado na África de influência árabe, a sociedade de onde provêm os Tartit tem uma história de resistência. Dividida por vários países (Argélia, Líbia, Níger, Mali e Burkina Faso) na sequência das independências africanas, revoltou-se em 1963 e 1991 na defesa do meu modo de vida nómada. Da última revolta resultou a fuga para campos de refugiados, num dos quais os Tartit (“união”) nasceram, em 1995.
Composto por cinco mulheres e quatro homens originários da região de Timbuktu (Mali), o grupo produz uma música de ritmos circulares e inebriantes: as mulheres cantam em coro, ululam, batem palmas e tocam o tambor “tinde”; os homens tocam “imzad” (violino de uma corda), “tehardent” (espécie de alaúde) e guitarra. Com o terceiro disco acabado de lançar - “Abacabok”, disco africano de 2006 para a revista Rolling Stone -, cantos de amor e desamor, do desejo de voltar a casa, por um dos mais tocantes grupos africanos actuais.

Extraído de Festival Músicas do Mundo


Poderão ser vistos e escutados no Festival de Sines a 26 Julho 2007

Tartit

Tartit
Abacabok



1. Tabey Tarate
2. Ansari
3. Eha Ehenia
4. Al Jahalat
5. Achachore I Chachare Akale
6. Chargouba
7. Assinaina
8. Tihou Beyatene
9. Houmeissa
10. Abacabok
11. Al Afete

segunda-feira, junho 25, 2007

Live Aid deu lugar a Live Earth...

...ou, como as causas humanitárias deixaram de estar na "moda" em detrimento da causa climática.



A cor das vítimas continua a ser importante.

FJV a propósito de Darfur e tantos outros lugares de África

Agitadores

As sociedades são conduzidas por agitadores de sentimentos e não por agitadores de ideias.
Fernando Pessoa citado por Ana Sá Lopes em contraditório

quarta-feira, junho 20, 2007

Privado em público

quem justifica o privado em público está condenado a ter casamentos de campanha e divórcios de derrota.
Arrastão comentando a decisão de Ségolene Royal

terça-feira, junho 19, 2007

Não tem nada de melhor com que se entreter?

Mas quando a RTP decide cortar as emissões, ao fim de três horas de desfiles, ele emite uma nota onde afirma ser "incompreensível que a transmissão das cerimónias haja sido interrompida, contrariando uma prática há muito estabelecida".
Ou seja, o homem que não se resigna aos velhos males portugueses exige que a RTP se resigne às suas velhas tradições, sustentando horas de transmissão de chachada pública. O senhor Presidente que me desculpe: não tem nada de melhor com que se entreter?
João Miguel Tavares in DN

Supimpa.

É que aquilo foi giro que se fartou. Sobretudo o pot-pourri de imagens que antecedeu a tão aguardada "cerimónia de investidura das entidades condecoradas": lanchas a navegar bravamente em alto-mar, marinheiros de fatinho branco engomado como nos filmes de Jean Genet, e finalmente o presidente Cavaco, de olho fito no horizonte, a andar pelas águas (salvo seja) numa embarcação modernaça. Tudo isto, sublinhe-se, acompanhado por uma bela música de boda matrimonial. Supimpa.
João Miguel Tavares in DN

segunda-feira, junho 18, 2007

Ó larilólela #2

P: Mas Carolina Salgado refere, até no livro Eu Carolina, a existência de ofertas a árbitros...
PC: Como é sabido, as minhas preferências literárias vão mais para o poeta José Régio. Não aprecio literatura de cordel.
Entrevista de Pinto da Costa ao Público

Ó larilólela

P: Declarações de Carolina Salgado terão servido para descodificar o nexo de causalidade em que Jacinto Paixão pedia ao empresário António Araújo que lhe arranjasse, por exemplo, “fruta” e as prostitutas que se diz terem sido um serviço oferecido pelo FC Porto à equipa de arbitragem...
PC: Fruta? Fruta como eu todos os dias ao pequeno-almoço, que faz muito bem à saúde.
Entrevista de Pinto da Costa ao Público

Que horas eram...

quando lhe "retiraram" o relógio?

Carlos Magno, comentando o episódio do relógio de George Bush em Tirana.
in contraditório

quinta-feira, junho 14, 2007

Muita água suja

até o cloro esteve em falta nas piscinas municipais

in Kontratempos

Interesses

(...) não era interessante que a Confederação divulgasse quem foram os seus 30 associados que financiaram a coisa e que se mantêm secretos?
Só para termos a certeza absoluta que o dito estudo só tem os interesses do país como prioritários.
Não é que me passe pela cabeça que algum empresário português seria capaz de financiar um estudo para beneficio próprio.
in Arrastão

“Só fiz o meu dever”

Afirmação de Kurt Waldheim, quando foi confrontado com acusações que o ligavam a uma unidade especial do exército nazi responsável por várias atrocidades nos Balcãs durante a II Guerra Mundial.
in publico.pt

O crime compensa

As revelações sobre os episódios menos claros da carreira militar de Waldheim [O antigo secretário-geral das Nações Unidas e antigo presidente austríaco Kurt Waldheim morreu hoje aos 88 anos, em Viena, depois de ter sofrido um enfarte] começaram a ser feitas pelo Congresso Mundial Judaico (CMJ) quatro meses depois de ter entrado oficialmente na corrida às presidenciais.
Segundo esta organização, sediada nos EUA, Kurt Waldheim fez parte do grupo de oficiais austríacos ligados a Exército alemão que mandou mais de 42 mil judeus gregos de Salónica para a morte nos campos de extermínio nazis. O CMJ garante ainda que o antigo chefe de Estado austríaco foi responsável directo pelo massacre de milhares de jugoslavos nas montanhas de Kozara, palco de uma importante batalha durante a II Guerra Mundial.
in publico.pt

Orchestra Baobab

Orchestra Baobab (Senegal)
On Verra Ça

(1) MOUHAMADOU BAMBA
(2) BOULMAMINE
(3) NDIAWOLOU
(4) DOOMOU BAAYE
(5) GNAWOU
(6) BON BON I
(7) AUTORAIL
(8) SOU SEDHIOU
(9) NDIAMBAABE
(10) SIBOU ODIA


quarta-feira, junho 13, 2007

Quem cala, consente

Estive lá muito tempo e nunca assisti a coisas suspeitas.

Poncio Monteiro comentando a acusação de corrupção desportiva activa sobre Pinto da Costa

Saberiam «eles» ?

(...)o facto de sentir, pela primeira vez, debaixo dos nossos pés, um pedaço da Alemanha (...) sobrepunha ao nosso cansaço um estado de espírito complexo, feito de insofrimento, de frustação e de tensão.
Parecia-nos ter algo a dizer, enorme coisas a dizer a cada alemão em separado, e que cada alemão tivesse a dizer-nos a nós: sentiámos a urgência de regular as contas , de perguntar, explicar e comentar, como os jogadores de xadrez no fim da partida.
Saberiam «eles» de Auschwitz, da matança silenciosa e quotidiana, a um passo das suas portas?
Primo Levi em "A Trégua". 2004, Editora Teorema, pág.245/246

Austeridade e profundeza

"Austero nas formas e profundo nas mensagens, Dylan conjuga a canção e a poesia numa obra que cria escola e que determina a educação sentimental de muitos milhões de pessoas"
Bob Dylan, vencedor do Prémio Príncipe das Astúrias das Artes 2007

Tentativa vã

Surpreendi-me a procurar no meio deles, no meio daquela multidão anónima de caras sigiladas, outras caras bem definidas, muito ornadas de um nome: de quem não podia deixar de saber, de recordar, de responder, de quem tinha comandado e obedecido, matado e humilhado, corrompido.
Tentativa vã e insensata: visto que não eles, mas outros, os poucos justos, responderima em vez deles.

Primo Levi em "A Trégua". 2004, Editora Teorema, pág.246

quarta-feira, junho 06, 2007

Diálogo à lei da bala

A organização terrorista basca, que fez 819 mortos em 40 anos, informa que o cessar-fogo terminou às 00.00 de hoje [23.00 de ontem em Lisboa] e que, a partir de agora, estão "abertas todas as frentes de defesa de Euskal Herria [O Grande País Basco]".
A ETA justifica a decisão com a falta de "condições mínimas para continuar com o processo de negociação" e critica a anulação das listas da esquerda independentista nas eleições municipais do passado dia 27 de Maio.
in DN

Um cessar-fogo revigorante

O anúncio da ETA acontece num momento delicado, em que as fontes da luta antiterrorista vinham alertando para o perigo de atentados, depois de a organização se ter rearmado e reagrupado durante a trégua.
in DN

Redondamente

"A ETA volta e enganar-se e vai na direcção contrária ao caminho que desejam a sociedade basca e espanhola".

José Luis Rodríguez Zapatero, em reacção ao anúncio do fim do cessar-fogo permanente declarado em 2006 pela organização terrorista basca.

terça-feira, junho 05, 2007

Construam, porra!

Aeroporto OTA.

Carlos Magno in Contraditório

"O Exército do Povo não deve atacar o povo"

Grito de desespero de um estudante Chinês, quando há 18 anos - 4 de Junho de 1989 , na Praça de Tiannamen, o exército Chinês reprimiu de forma violenta e bárbara os protestos dos estudantes que exigiam abertura e reformas democráticas do regime Comunista.



segunda-feira, junho 04, 2007

Promessas a todo o pano das bandeiras #2

A notícia conta que um polícia japonês, exausto e desesperado, depois de trabalhar longas horas extra e fins-de-semana consecutivos, durante dois meses, se esfaquiou no estômago, para poder ter algum tempo de descanço.
É uma notícia confirmada pela polícia de Tóquio.(...) Eis o trabalho que se confunde com o eterno descanso.
Crónica de Fernando Alves, em Sinais

Promessas a todo o pano das bandeiras

Foi-nos prometido e prometemo-lo, a toda a largura dos murais, no calor das campanhas, a todo o pano das bandeiras, na quimera dos discursos académicos, a toda a reverberação das marchas:
um mundo equitativo e justo no qual o trabalho não fosse uma condenação, ou à falta dele, um estigma ou uma condenação.

Que nele nos não humilhássemos nem que nele se degradasse o mais nobre da condição humana; que não aviltasse nem embrutecesse; que unisse a força do braço ao golpe de asa que nele crescentemente encontrássemos o prazer duma ocupação enriquecedora, digna e socialmente estimosa

O que temos afasta-nos de um amanha sem cânticos: a fábula de um mundo de ócios estimulantes. As estatísticas do INE trazem um dicionário associado: precariedade, instabilidade, salários indignos.

Crónica de Fernando Alves, em Sinais

domingo, junho 03, 2007

A beleza então perdida

Quando vi aquela criança era tão algo de belo, algo que não via há muito muito tempo.

Retrato do pós guerra na Bósnia, no filme "Filha da guerra" do realizador Jasmila Zbanic

Nunca nunca nunca

Nunca nunca nunca, mas nunca nunca nunca te abandonarei.

Extraído do filme Bósnio "Filha da guerra" do realizador: Jasmila Zbanic

sexta-feira, junho 01, 2007

Deve ser isto a sociedade de bem estar

Contribuintes têm desde hoje novas regras que os obrigam a trabalhar mais ou receber menos
Está desde hoje em vigor a lei da Segurança Social que vai ajudar a garantir a sustentabilidade do sistema, mas obriga os trabalhadores a prolongar a vida activa ou a aumentar as suas contribuições para assegurarem o mesmo nível de pensão esperado.
in publico.pt

Lenda d´água

Se não gravasse esse disco, ficava a lenda d´agua.

Lena d´agua comentando o seu mais recente registo.

Coisas cá dentro

Lena d´Agua, 50 anos. O que ainda a faz cantar?

É uma coisa cá dentro.

Lena d´Agua em Pessoal e Transmissível

Alquimia

Lena d´Agua, o que espera ainda das canções que canta?

Que sejam a alquimia para a sentimentos e das consciências.

Lena d´Agua em Pessoal e Transmissível