domingo, maio 28, 2006

Onde estava Deus durante Auschwitz?

Campo de concentração de Auschwitz-Birkenau
O Papa Bento XVI esteve hoje em Birkenau. O Papa, nascido na Alemanha, perguntou hoje onde estava Deus quando 1,5 milhões de pessoas, na maioria judeus, morreram no antigo campo nazi de Auschwitz.

4 comentários:

Elisa disse...

e Deus respondeu-lhe? Ou deu sinal de 'ocupado', como sempre?
Bj

mentes inquietas disse...

As generalizações são sempre perigosas e injustas, não Elisa?

Elisa disse...

Pois são. Mas a pergunta está muito bem feita. Eu gostava era de ouvir a resposta, se alguma houve...

Anónimo disse...

É inadmissível que Deus, um ser perfeito, tenha criado o homem para uma vida imperfeita, sem sentido, sem significado.
E o melhor disso tudo; Ele nos deu o livre arbítrio para que fizéssemos nossas escolhas e pudessemos escolher por nós mesmos nossos propósitos.
Essa é a maior prova de amor que Deus poderia nos dar.

Esta semana estive no Sebo São Paulo, no bairro da Moóca (na Rua Taquarí, 35A) e seu proprietário, o Paulo, me contou que o Papa Bento XVI haveria dito, quando visitou o campo de concentração de Auschwitz “- Onde estava Deus naqueles dias?”
E o Paulo comentou: “- Bom não sei onde estava Deus, mas se o próprio Papa disse isso, sabemos que no Vaticano é que Ele não estava.”
Não acreditei que o Papa houvesse dito uma asneira tão grande e expliquei ao Paulo que Deus estabeleceu leis perfeitas para o Universo; é só observar ao nosso redor, as órbitas dos planetas, o nascer e o por do sol, as estações do ano, as marés, etc...
Expliquei também que Deus deu uma grande prova de amor aos homens; o livre arbítrio.
Imagine um ser perfeito.
Sua perfeição com certeza o faz gostar de coisas perfeitas.
Para um ser perfeito como Deus, não deve ser fácil observar os desatinos que os homens cometem e ainda assim respeitá-los a ponto de permitir que façam o que quiserem com o livre arbítrio que possuem – essa, para mim, é a maior prova do amor que Deus tem pelos homens.
Imagine-se diante de um formigueiro.
É muito fácil para você destruí-lo aos pontapés e esmagar as formigas com seus sapatos.
Mas observe o que fazem os observadores da National Geographic e outros ecologistas de plantão: eles registram a vida como ela é; eles respeitam a vida; eles deixam a vida animal acontecer, sem intervir.
Isso é uma grande prova de amor e de respeito.
E é com certeza o que Deus faz conosco.
Não é que Ele nos tenha abandonado; muito antes pelo contrário.
Ele estabeleceu leis perfeitas e nós mesmos fazemos a escolha de nos punirmos, quando vamos contra essas leis perfeitas.
A Segunda Guerra Mundial e suas conseqüências nada mais é do que uma patética tentativa humana de contrariar essas leis.
A semeadura é livre, mas a colheita é inevitável.
E era de se esperar que um Papa teria ciência de algo tão básico portanto não acreditei no que o Paulo me contou, pensei que haveria interpretado mal.
No entanto, fiz a tarefa de casa e procurei na Internet, alguma coisa a respeito e, infelizmente encontrei a infame declaração do Papa.

"O papa Bento 16, com toda a sua autoridade, indagou ao visitar o campo de extermínio de Auschwitz: 'Faltam palavras. No fim, resta apenas um silêncio aterrador, um silêncio que é um pranto sofrido a Deus. Por que, Deus, o Senhor permaneceu em silêncio? Como pôde tolerar tudo isso? Onde estava Deus naqueles dias? Por que não se manifestou? Como pôde permitir essa matança sem limites, esse triunfo do mal?' "

Ora, não houve triunfo do mal, houve sim, mau uso do livre-arbítrio, que é o maior dom que Deus nos deu – e respeitar esse mau uso, permitindo que cresçamos (ou não) com a experiência, é uma grande prova de amor e de respeito.
Crescer, ser adulto, não resulta de admoestações e castigos na infância, resulta de adquirirmos discernimento através das provações da vida e aprendermos a fazer melhores escolhas (ou então nunca nos faremos adultos, tenhamos a idade que tivermos).
É fato histórico que a religião católica compactuou com o nazismo na figura de seu líder o Papa Pio XII.
Com a internet esses fatos, registrados historicamente, estão a dispor do grande público, só não vê quem não quer ver.
Os nomes dos cardeais de Roma que facilitaram a fuga dos líderes da Gestapo para a América Latina pertencem hoje ao domínio público.
Mil arbitrariedades foram perpetradas pela religião católica, inclusive a anuência para que houvesse a escravidão, ao declararem que os negros não tinham alma.
Se Deus escolhesse destruir o mal, certamente teria escolhido destruir essa religião, muito antes de destruir o nazismo que foi um mal menor, comparado a ela.
A religião católica dizimou civilizações inteiras, criou o genocídio e se sentiu perfeitamente justificada em fazer o que fez, através da inquisição, das cruzadas e de outros males.
Não sei de nenhum papa que tenha questionado isso ou perguntado onde estava Deus, quando essas coisas foram cometidas.
Certamente matou mais, aleijou mais, desgraçou mais que o nazismo.
E mesmo assim, Deus, em sua infinita sabedoria, não a destruiu.
E por que não o fez?
Porque não foi Ele quem a criou, fomos nós, seres humanos falhos e falíveis – a criação dessa religião e de outros desatinos humanos é obra do livre arbítrio mal utilizado.
E Deus nos respeitou até nisso, permitiu que usássemos de nosso livre arbítrio e continuou a nos amar e a nos respeitar.

Marco Natali – Igreja da Ciência Divina