Foi à delegacia e fez uma denúncia e ele largou fogo na barraquinha onde morávamos. A minha mãe voltou à delegacia e disse que ele tinha incendiado a nossa casa e a delegada disse para a gente ir embora. Fomos para Samambaia. Foi aí que a minha filha nasceu e, quatro meses depois, a minha mãe foi assassinada.
Que aconteceu a seguir?
Três dias depois, ele apareceu e disse-me que a tinha matado e que tinha ainda duas irmãs para matar . Começou a perseguir-me. Onde eu ia, já sabia que estava atrás de mim, porque ele andava bem devagarinho; fazia questão que eu o visse. Comecei a ficar com medo e voltei [para ele]. Ele jogou-me no buraco, onde fiquei dois anos ou mais. Engravidei e ele levou-me para o hospital de Luziânia, onde nasceu o menino. Depois de uns três dias, voltei para casa e ele jogou-me no buraco de novo. Fiquei lá durante uns quatro meses. Depois ele fez desaparecer o menino e falou ...Aí os vizinhos escutaram o choro do menino, e vinham perguntar [pela criança], ele dizia que não era aqui... Depois ele disse que matou o menino e que o tinha enterrado no porão; a polícia ainda vai ver se isso é verdade.
Mara Rebelo dos Santos, jovem brasileira sequestrada durante mais de cinco anos numa cave em Luziânia, no Brasil
in DN
(*) Extraído de Resto do Mundo de Gabriel o Pensador
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