quinta-feira, abril 02, 2009

Ganância

Em Janeiro de 2007, Luís cumpriu o ritual e registou o boletim num café a meio caminho entre a aldeia de um e do outro. Ela terá contribuído com dois euros e Luís com quatro. A confiança era tal que Luís não terá hesitado em passar o boletim vencedor para as mãos da namorada. No início, a preocupação de ambos foi garantir a discrição. Aliás, por isso é que levantaram o cheque directamente em Lisboa, na Santa Casa da Misericórdia.
O passo seguinte foi depositar os 15 milhões numa conta bancária, em nome de Luís, da namorada e dos pais desta. O casal ainda terá beneficiado dos juros durante o primeiro ano mas, ao fim desses meses, Luís ter-se-á visto impossibilitado de aceder ao dinheiro. Foi então que decidiu interpor uma providência cautelar para bloquear o acesso à conta.
O namoro acabou aí e a namorada reclama agora a totalidade da verba, alegando ter sido ela a acertar na chave premiada e que a quadrícula era solitária, ou seja, cada um receberia o dinheiro proveniente das respectivas apostas.
O desentendimento será agora dirimido pelo tribunal.

in publico.pt, 1abr09

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