terça-feira, junho 26, 2007

Tartit #2

Quando uma mulher tuaregue Kel Tamashek gosta de um homem, pede-lhe a mão em casamento. Quando deixa de gostar, divorcia-se dele e organiza uma festa. Um atípico matriarcado na África de influência árabe, a sociedade de onde provêm os Tartit tem uma história de resistência. Dividida por vários países (Argélia, Líbia, Níger, Mali e Burkina Faso) na sequência das independências africanas, revoltou-se em 1963 e 1991 na defesa do meu modo de vida nómada. Da última revolta resultou a fuga para campos de refugiados, num dos quais os Tartit (“união”) nasceram, em 1995.
Composto por cinco mulheres e quatro homens originários da região de Timbuktu (Mali), o grupo produz uma música de ritmos circulares e inebriantes: as mulheres cantam em coro, ululam, batem palmas e tocam o tambor “tinde”; os homens tocam “imzad” (violino de uma corda), “tehardent” (espécie de alaúde) e guitarra. Com o terceiro disco acabado de lançar - “Abacabok”, disco africano de 2006 para a revista Rolling Stone -, cantos de amor e desamor, do desejo de voltar a casa, por um dos mais tocantes grupos africanos actuais.

Extraído de Festival Músicas do Mundo


Poderão ser vistos e escutados no Festival de Sines a 26 Julho 2007

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