quinta-feira, janeiro 31, 2008

Odiar também educa

(...) devo dizer que também não acredito em arte sem sólida experiência no fracasso. Existem precedentes. Em 1853, a estreia de La Traviata, de Verdi, foi um desastre completo, vista como demasiado moderna para o tempo. E quando em 1950 o maior dramaturgo brasileiro do século passado, Nelson Rodrigues, estreou Doroteia, as reacções foram tão más que, segundo palavras do próprio Nelson, tratou-se do "maior fracasso do Ocidente. Nem minha mãe gostou." Não conheço livro, filme ou ópera que seja absolutamente consensual, nem mesmo para as mães. Odiar também educa.

A propósito da ópera Das Märshen, de Emmanuel Nunes, que provocou um êxodo maciço no São Carlos.
Pedro Lomba in DN

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