quinta-feira, janeiro 03, 2008

Renascer

Com rigor, porém, penso que seria bom renascer em todos nós um pouco de ternura. Que a compaixão e a bondade não andassem por aí, desempregadas, e também elas tontas e aflitas, por tão sós.
Que a felicidade fosse possível. Que tão poucos não tivessem tanto, e tantos não tivessem tão pouco.
Que a paz interior não fosse, apenas, resultado da solidão, mas a certeza de uma verdade temporal.
Que a necessidade de verdade se transformasse numa urgência diária. Que a sinceridade constituísse a vontade de se ser verdadeiro.
Que a vida não se traduzisse uma infusão de falsos valores e de promessas de eternidade duvidosa, mas sim que o conhecimento tivesse a conformidade das exigências sociais e éticas.

Baptista Bastos in DN

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