No jogo do empurra que se adivinha num caso como esse, talvez se concluísse que a mulher madeirense morreu porque teve o azar de nascer e viver na Madeira e de ser governada por pessoas muito mais preocupadas com afirmações de poder que com a vida dos seus governados.Que teve, em suma, o azar de nascer e morrer num país onde a ideia da defesa da democracia, numa altura em que tanto se fala de "autoritarismos" e de "perigo para o regime das liberdades e garantias", passa claramente por coisas muito mais importantes que as liberdades e garantias das madeirenses e o seu direito constitucional à igualdade. Um país em que as provocações, desmandos e abusos de um governante regional se tornaram tão habituais que ninguém parece saber como reagir-lhes - e ninguém parece ralar-se com isso.
Fernanda Câncio in DN.
(*) Título extraído de "Ligação Directa" de Sérgio Godinho
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