domingo, fevereiro 15, 2009

Era certamente

A Corticeira Amorim anunciou o despedimento colectivo de 193 pessoas, o primeiro na sua história de 139 anos, afectando 7% da sua força laboral no país. Vai fazê-lo com regras: nos casais só se despede um dos membros; as mulheres divorciadas ou viúvas com filhos menores não podem ser despedidas; os trabalhadores despedidos mantêm durante mais um ano um seguro hospitalar; e ainda receberão o cabaz de Natal este ano.
Dir-se-á: é um bom patrão e tem preocupações sociais.
Eu digo: podia fazer bem melhor. Podia não ter despedido ninguém, atendendo ao poderio económico do seu grupo. Mais: dos 193 trabalhadores a despedir, 44 são quadros. Os outros 149 ganham, em média, 500 a 600 euros por mês.
Não era possível ao homem mais rico de Portugal fazer um esforço financeiro para os manter ao serviço?
Era certamente. Era só querer.
Assim o problema deixa de ser dele e passa a ser do Estado, ou seja, de todos nós, contribuintes portugueses.

Nicolau Santos in Expresso

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