domingo, abril 02, 2006

Avareza afectiva

Após as ilusões do 25 de Abril, do socialismo, da CE [Comunidade Europeia], do cavaquismo, da globalização, caímos no aturdimento, uns, no alheamento, outros.
Cada vez nos refugiamos mais no suporífero (televisão, futebol), no excitável (gastronomias, erotismos), no sobrenatural (seitas, astrologias), no consumismo (shoppings, viagens), na evsão (álcool, drogas), nos recusamos a pensar, a conhecer, a intervir. Os níveis de crítica e exigência volatilizam-se - na política, na impresna, nas artes nos espectáculos, nos convívios, nos sentimentos.
"Tornamo-nos numa avareza afectiva terrível" desalenta-se a psiquiatra Gracinda Ribeiro. "Estamos a desenvolver comportamentos fóbicos aos contactos físicos, a peder calor, sentimentos. A incapacidade de compreendermos, de amarmos está a tornar-nos monstruosos."

Extraído de "Nascido no Estado Novo" de Fernando Dacosta

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