sexta-feira, julho 14, 2006
O país dos brandos e crueis costumes
Nas aulas de ginástica, ele aparecia sempre vestido de fato de treino e no final abalava para casa a pingar, porque não se atrevia a tomar banho no balneário juntamente com os outros rapazes. Nessa selva de dúvidas e hormonas que é a entrada na adolescência, o Paulinho não era uma pessoa. Era um paneleiro, uma bicha que existia para ser espancada. Identidade não tinha - o mundo brutal que o cercava reduzia tudo o que ele era a uma opção sexual.
Extraído da crónica de João Miguel Tavares in DN
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