(...) Seis dias após o parto, Frau Paul teve alta e foi para casa mas o seu bébé estava a alimentar-se muito mal. (...) Levou-o a um hospital na zona leste da cidade [de Berlim] mas não conseguiram detectar o seu problema.
(...) Depois levou-o para o hospital Westend na zona ocidental da cidade. (...) Torsten ficou no hospital em recuperação.
(...) Na noite de 12 para 13 de Agosto [1961], estenderam arame farpado formando o Muro de Berlim. (...) Não viram nem ouviram nada do que se passava para dividir a cidade mas acordaram num mundo completamente diferente.
(...) O seu bébé encontrava-se agora do outro lado do muro.
Após nove semanas e meia de separação do seu bébé, tinha sido concedida apenas a Frau Paul uma autorização de uma dia para assistir ao baptizado. As autoridades não autorizaram que o seu marido fosse , no caso de juntos, decidirem permanecer no ocidente.
(...) Quando ele [o filho Torsten] foi para casa , para a Allemanha de Leste, tinha quase cinco anos.
Extraído de "Stasiland - O outro lado do muro de Berlim" de Anna Funder, Civilização editora, 2002, página 211-213.
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