terça-feira, outubro 25, 2005
Quotidianos #1
Folhas verdes, folhas beringela, braços entrelaçados como raízes mergulhadas num mangueiral. Asas cinzentas claras e escuras bicam o tapete verde sujo de beatas. Um banco velho e gasto da chuva escuta conversas de circunstância, suportando o peso de um corpo de pernas cruzadas. O som das sirenes azuis misturam-se com o do motor do avião que risca o céu. Um travar a fundo do outro lado da rua acorda o olhar do homem de cabelo grisalho à direita da estátua.Pardais em bandos circulares escondem-se nas palmeiras disformes para sonhar. E as bolas de cristal, esperam as estrelas para também poderem brilhar. Quantas vezes passo neste jardim e não vislumbro a vida.
Texto de Ana Fernandes.
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