Talvez tenha vindo a Paris para aquilo,
quarta-feira, novembro 30, 2005
Livros para sonhar #4
Ela solta um grito,
Rafael fica surpreendido.
- Que se passa?
Ela aponta uma pequena mancha de sangue.
Talvez tenha vindo a Paris para aquilo,
Talvez tenha vindo a Paris para aquilo,
em Portugal ainda é tabu.
- Mas porquê eu?
perguntou depois Rafael.
-Porque eu te escolhi, respondeu Fátima,
assim se chama aquela que veio a Paris perder a virgindade.
-É a nossa Tomada da Bastilha, diz ela, a rir.
Durante três dias e três noites estiveram juntos,
passearam de mãos dadas pelas ruas,
de dez em dez metros se beijavam,
corriam para casa,
faziam amor até não poder mais,
talvez mal,
mas era bom,
interminável,
irrepetível,
tinham o dom da inocência,
corpo a corpo reinventavam outra virgindade,
podia ser amor,
podiam ter ficado juntos,
ela gostava dele,
ele também,
encaixavam bem um no outro,
era bom estar assim,
de mão na mão,
boca na boca,
ele dentro dela,
ela encostada no peito dele,
era bom,
podia ter continuado,
mas três dias depois ela
partiu.
Extraído de "Rafael" de Manuel Alegre
terça-feira, novembro 29, 2005
segunda-feira, novembro 28, 2005
Livros para sonhar #3
Comecei a sentir impotente face à quantidade de gente faminta que chegava a Daca. Organizações Sociais tinham montado centros de distribuição de comida em várias zoonas da cidade.
As pessoas de vários bairros esforçavam-se por arranjar alimentos. Mas quantas pessoas se podia alimentar todos os dias?
A fome alastrava à nossa frente com todo o seu horror.
Teitei ultrapassar o sentimento de impotência redefinindo o meu papel.
Certamente, eu não podia auxiliar muitas pessoas, mas podia com certeza ser útil por um dia,
ou por apenas umas horas, pelo menos a um dos meus semelhantes.
Isso seria já uma grande realização.
A ideia de dar uma verdadeira ajuda, e não uma mera teoria, mesmo a uma escla pequena,
pelo menos a uma pessoa deu-me uma grande força.
Sentia me a renascer.
Extraído de "O Banqueiro dos Pobres" de Muhamad Yunus
domingo, novembro 27, 2005
Estranho mundo, este...
A General Motos anunciou que vai fechar cinco fábricas na America do Norte até 2008 e suprimir 30 mil empregos.
As sua acções subiram imediatamente 2,5 por cento.
Notícia extraída do Courrier Internacional
As sua acções subiram imediatamente 2,5 por cento.
Notícia extraída do Courrier Internacional
sábado, novembro 26, 2005
sexta-feira, novembro 25, 2005
Bebel
Prosseguimos as audições com a nova geração da chamada MPB - Música Popular Brasileira. Chama-se Bebel Gilberto. Filha do grande mestre da Bossa Nova, João Gilberto. Deixo aqui o seu segundo registo de originais também ele designado Bebel Gilberto. O seu primeiro registo "Tanto Tempo" constituiu uma pequena "revolução" na Bossa Nova, por aliar a esse registo, novos sons mais chill out. O registo que aqui apresento, não tendo tido a aclamação do primeiro, constitui um sinal de continuidade. Um disco melodioso, bem trabalho, onde se realça a bela voz da cantora. Espero que gostem. Boas audições.
quinta-feira, novembro 24, 2005
Curtas Metragens
Existem chavões, ideias feitas que perpassem ao longo dos anos."Pobres sempre houve e continuarão a existir"constitui uma destas frases sem rosto que tem o peso de verdade absoluta. Muhammad Yunus, natural do Bangladesh, decidiu contrariar esta evidência. A sua experiência e a da sua equipa (Banco Grameen) está relatada na primeira pessoa em O Banqueiro dos Pobres. Neste livro, apresenta o microcrédito como uma porta através da qual os mais carenciados podem encontrar uma saída para as situações de pobreza em que vivem.
Toda a base da intervenção recai sobre dois ensinamentos: "em primeiro lugar, o nosso conhecimento básico sobre os indivíduos e sobre as suas interacções é ainda bastante imperfeito; em segundo lugar, cada indivíduo é extremamente importante. Qualquer pessoa possui um enorme potencial, e pode influenciar a vida de outras em comunidades, nações, no presente ou no futuro" (M. Yunus).
Perante as adversidades actuais, talvez esta "porta" pode servir de inspiração para outras portas e para outras carências mais próximas do nosso quotidiano.
Livros para sonhar #2
Estou no aeroporto branco de uma cidade branca.
Procuro um taxi, mas já todos os táxis partiram.
Não sei sequer onde estou.
Constato que já não há (ou ainda não há) autocarros.
Talvez esteja a sonhar. Talvez não esteja.
Talvez esteja acordado dentro do sonho.
Exílio, dizem, desterro.E é isto.
Um aeroporto branco numa cidade branca.
Uma urgência e ninguém."
[Extraído de "Rafael" de Manuel Alegre]
quarta-feira, novembro 23, 2005
Palavras #2
E nus, não é?
Por mais que enfeitemos o corpo e os dias
com vestes e artes de disfarce.
Estamos sempre sozinhos, não é?
Padecendo dessa solidão assustada que responde
à pergunta que nem sempre formulamos alto,
mas que nos acompanha os ossos e a carne e os gestos:
quem sou eu?
Mesmo vestidos do que queremos ser,
somos sempre nós,
sozinhos, assustados, frágeis, pobres,
evidentes e
nus!
[Elisa.
Extraído do seu brilhante Blogue
Músicas para sonhar #1
Eu vi a buganvília a dançar na ventania
a trepar numa janela
eu vi a buganvília entre o acender da lua
a trepar numa janela
eu vi a buganvília entre o acender da lua
e o encanto da manhã
Eu vi a buganvília de noite junto ao lago
a molhar o seu sorriso
Sonhara que morrera nos ramos da buganvília
nos tons do seu vestido
Eu vi a buganvília a fazer do teu vermelho
um bordado marinheiro
quando encontras o sol no branco da cal
te pões de amarelo
Eu vi a buganvília a dançar na ventania
a trepar numa janela
eu vi a buganvília entre o acender da lua
e o encanto da manhã
Eu vi a buganvília de noite
junto ao lagoa molhar o seu sorriso
sonhara que morrera nos ramos da buganvília
nos tons do seu vestido
["Buganvília" de João Afonso Lima]
Eu vi a buganvília de noite junto ao lago
a molhar o seu sorriso
Sonhara que morrera nos ramos da buganvília
nos tons do seu vestido
Eu vi a buganvília a fazer do teu vermelho
um bordado marinheiro
quando encontras o sol no branco da cal
te pões de amarelo
Eu vi a buganvília a dançar na ventania
a trepar numa janela
eu vi a buganvília entre o acender da lua
e o encanto da manhã
Eu vi a buganvília de noite
junto ao lagoa molhar o seu sorriso
sonhara que morrera nos ramos da buganvília
nos tons do seu vestido
["Buganvília" de João Afonso Lima]
Foto: Blogue Silêncio
terça-feira, novembro 22, 2005
Livros para sonhar #1
mas por isto e aquilo, os compromissos de Rafael com outra namorada,
os dela com o namorado que estava em Lisboa,
o que era evidente não fora consumado,
sequer em palavras.
Apenas os olhos que sem querer continuamente se procuravam.
E uma frase que, segundo alguns,
ela teria dito.
Estando Júlia a olhar para Rafael,
uma amiga perguntou-lhe:
Para sempre?
E ela teria respondido:
For ever."
[Extraído de "Rafael" de Manuel Alegre]
Nova dama de ferro?
Angela Merkel foi hoje eleita nova chanceler da Alemanha. Uma mulher nos altos cargos de decisão, neste caso política.
Tarefa difícil tem pela frente. Uma das questões que está em cima da mesa é saber se poderá exercer o seu cargo com profissionalismo e rigor que se lhe reconhece, e com um toque feminino.
Dos diversos artigos que li antes das eleições alemãs, muitos referiam que seria importante a sua eleição, por esse aspecto.
Supostamente, as mulheres trazem um outro toque de sensibilidade à política. Acredito que assim seja. Pena é que os casos visíveis que tenhamos, contradigam essa visão. Normalmente, o mesmo acontece no mundo empresarial. Sendo os lugares de topo naturalmente de uma exigência e crueldade desmedida, o acesso das mulheres a esses lugares já por isso de dificil acesso, torna-se mais restrito. E as mulheres para ganharem a batalha têm muitas vezes que jogarem com as armas dos homens; frieza, crueldade, insensibilidade.
Assim, não admira que muitas das mulheres que chegam ao topo tenham actuações despojadas da mínima sensibilidade. Temos, infelizmente, muitos exemplos nesse sentido. Talvez Tatcher seja o caso mais evidente desta tendência. Mas temos outros. Ferreira Leite, no caso português.
Felizmente, há sempre excepções há regra. A deputada social democrata sueca (cujo o nome não me recordo) era conhecida por limitar as suas idas a Bruxelas por causa dos seus filhos. Acho que no caso português, Maria de Lurdes Pintasilgo se encaixa nesse perfil.
Temos agora uma mulher à frente da forte nação alemã. Esperemos para ver se vamos ter uma nova dama de ferro... os primeiros indícios apontam para isso. Vamos esperar para ver...
segunda-feira, novembro 21, 2005
domingo, novembro 20, 2005
Missangas
Chama-se João. Inicialmente conhecido pelo sobrinho de José Afonso. Hoje, tendo já construído o seu próprio caminho e identidade, todos conhecem-no por João Afonso. Deixo aqui o seu primeiro trabalho. O fantástico "Missangas". Quem tem o disco, pode apreciar um bela particularidade: a interior caixa está repleto de...missangas.
Aconselho particular atenção para uma das vozes dos coros. António Afonso, irmão de João, detentor de uma voz lindíssima.
Espero que gostem. Boas audições.
sábado, novembro 19, 2005
sexta-feira, novembro 18, 2005
Palmas
Numa altura em que a economia se encontra em momento difícil e numa altura em que o corte nas despesas públicas é a ordem do dia, é simplemente de saudar e bater palmas a medida anunciada hoje relativa ao complemento de reforma.
Os críticos da praxe acharam os valores reduzidos; os liberais da praxe (Bagão Felix já se manifestou) acharão que a medida sobrecarrega ainda mais o orçamento da segurança social.
Face à situação de extrema pobreza de alguns idosos deste país, e tendo em conta o cenário macro em que ela é introduzida, eu limito-me a saudar e aplaudir esta medida.
quinta-feira, novembro 17, 2005
No direction home
Partimos para um nome incontornável da música do século XX. Na área do folk rock, Chama-se Bob Dylan. Deixo aqui à escuta o seu mais recente registo. Não se trata de nenhum registo de originais, mas sim a sétima recolha de versões em formato bootleg. Esta edição surge no mercado a acompanhar o lançamento da vida do próprio Dylan, apresentada em DVD realizado por Scorsese. Este registo tem a particularidade de apresentar alguns dos temas mais conhecidos de Dylan, em versões alternativas ou em formato Live. Contém uma versão de "Like a Rolling Stone" na qual podemos ouvir um pequeno diálogo de Dylan com um espectador, após este o ter apelidado de Judas (numa altura em que Dylan teria supostamente traído a folk ao introduzir as guitarras eléctricas nas suas canções). Deixo vos com o segundo dos dois registos que este No Direction Home contém.
Bem...espero que gostem. Boas audições.
quarta-feira, novembro 16, 2005
Canabis, Marques Mendes e Ribeiro e Castro
É católico..?
É liberal nos costumes?
Já alguma vez experimentou canabis?
Gostou?
Nunca fumou?
Nao aprecia um bom vinho?
Nunca bebeu em excesso?
Nunca conduziu em excesso de velocidade?
Estas foram algumas das perguntas colocadas por Margarida Marante ao líder do Bloco de Esquerda, no âmbito do seu habitual programa de entrevistas na rádio TSF.
Brilhante, não é?
Como se isso não bastasse, evidenciou clara falta de trabalho de casa no que diz respeito às questões económicas. Sabendo que Louçã é um excelente economista, não veio munida da documentação necessária que pudesse de facto confrontar as posições de Louçã. Limitou se a justificar os seus argumentos de senso comum com "eu acho que..".
Enfim...
Será que irá perguntar a Marques Mendes e a Ribeiro e Castro se eles já fumaram canabis?
terça-feira, novembro 15, 2005
Que se manifeste...
Título do Post: Mário Soares comentando o silêncio de Cavaco Silva
Post: Extraído do blogue Filho do 25 de Abril
segunda-feira, novembro 14, 2005
Não canto porque sonho
Não canto porque sonho.
Canto porque és real.
Canto o teu olhar maduro,
teu sorriso puro,a tua graça animal.
Canto porque sou homem.
Se não cantasse seria
mesmo bicho sadio
embriagado na alegria
da tua vinha sem vinho.
Canto porque o amor apetece.
Porque o feno amadurecenos
teus braços deslumbrados.
Porque o meu corpo estremece
ao vê-los nus e suados.
[Poema de Eugenio de Andrade cantado por Fausto]
Canto porque és real.
Canto o teu olhar maduro,
teu sorriso puro,a tua graça animal.
Canto porque sou homem.
Se não cantasse seria
mesmo bicho sadio
embriagado na alegria
da tua vinha sem vinho.
Canto porque o amor apetece.
Porque o feno amadurecenos
teus braços deslumbrados.
Porque o meu corpo estremece
ao vê-los nus e suados.
[Poema de Eugenio de Andrade cantado por Fausto]
Indigo
Avançamos agora para o Jazz. Português. Chama-se Bernardo Sasseti. Tem se relevado uma das presenças importantes do jazz português. Deixo vos com com o aclamado Indigo. Deixo vos com o primeiro dos dois discos em que é composto este Indigo. Espero que gostem. Boas audições.
domingo, novembro 13, 2005
D. José Policarpo nega que Igreja seja "demasiadamente masculina"
Essa agora, a Igreja demasiado masculina.
Como é que isso poderá ter passado pela cabeça de alguém...
sábado, novembro 12, 2005
sexta-feira, novembro 11, 2005
"Que chatice, dão chuva para amanhã"
Bem sei que nos dias de hoje dizer publicamente "Que chatice, dão chuva para amanhã" dá lugar a um desaprovador olhar, seguramente acompanhado dum sermão das vantagens da muita chuva nesta altura para repôr os níveis de água nas barragens.
Enfim...um sermão a fazer inveja a uma boa aula de mestrado na área do ambiente.
Bem sei.
Mas face ao que está perspectivado para este fim de semana, só me apetece dizer "Que chatice, dão chuva para amanhã" .
É que o céu hoje estava simplesmente fantástico.
Infelizmente a minha fiel companheira que me capta estes pequenos momentos, a minha máquina fotográfica, estava de repouso em casa.
Com um pouco de sorte, pode ser que haja muita chuva das oito da noite até às seis da madrugada do dia seguinte.
Assim, todos ficariam contentes; quer os "amigos do ambiente", quer a minha fiel companheira.
Parabéns
As mentes inquietas estão de parabéns. Chegaram aos quatro digitos de visitas.
Para comemorar... vou escrever mais um post.
Para comemorar... vou escrever mais um post.
Estudo: maus gestores comprometem empresas
A falta de qualidade dos gestores compromete o desempenho das empresas e leva ao desperdício muitas horas de trabalho, conclui um estudo internacional sobre produtividade realizado pela consultora Proudfoot
Petróleo volta a descer nos mercados internacionais
Aquando da subida do preço do petróleo, as gasolineiras trataram de prontamente aumentar os preços dos combustíveis.
Parece me que as mesmas não têm estado a par das notícias...
Parece me que as mesmas não têm estado a par das notícias...
Neil
Avançamos para o canadiano Neil Young. Curiosamente e juntamente com outros nomes como o incontornável Bob Dylan, fala-nos da america profunda. Nos últimos tempos tem se concentrado a falar das relaçoes. De amor. Convido vos a escutar o seu mais recente registo, chamado Prairie Wind. Espero que gostem. Boas audições.
quinta-feira, novembro 10, 2005
Ferro e fogo #9
Estive em França recentemente.
Estive em França há alguns anos atrás.
Se recentemente achei os franceses mais arrogantes e racistas que nunca, há cerca de vinte anos, com cerca de dez anos, tentado defender um colega de turma, fui presenteado com um agressivo "Português porco, volta lá pró teu país e não te metas".
Amigos meus portugueses com a dupla nacionalidade a viver e a trabalhar em França votam Jean Marie Le Pen.
Este verão, em conversa com uma francesa ela dizia que todos os arabes eram terroristas, que a primeira geração de imigrantes magrebinos era boa, mas os filhos deles, eram todos, todos, delinquentes.
Por isso, onde está a admiração quando ouvimos e vemos o que se passa hoje em França?
Estive em França há alguns anos atrás.
Se recentemente achei os franceses mais arrogantes e racistas que nunca, há cerca de vinte anos, com cerca de dez anos, tentado defender um colega de turma, fui presenteado com um agressivo "Português porco, volta lá pró teu país e não te metas".
Amigos meus portugueses com a dupla nacionalidade a viver e a trabalhar em França votam Jean Marie Le Pen.
Este verão, em conversa com uma francesa ela dizia que todos os arabes eram terroristas, que a primeira geração de imigrantes magrebinos era boa, mas os filhos deles, eram todos, todos, delinquentes.
Por isso, onde está a admiração quando ouvimos e vemos o que se passa hoje em França?
Ferro e fogo #8
Foto: EPA / Publico
O "graffiti" pintado nas paredes do tribunal de Bobigny, no arredores de Paris, exige: "Sarko baza!". Um grupo de jovens aguarda o início dos seus julgamentos por envolvimento nos actos de violência em alguns bairros das principais cidades francesas. O ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, tem sido o principal alvo da fúria dos amotinados. Fonte: Publico
Le temps de vivre
Nous prendrons le temps de vivre
D'être libres, mon amour
Sans projets et sans habitudes
Nous pourrons rêver notre vie
Viens, je suis là, je n'attends que toi
Tout est possible, tout est permis
Viens, écoute ces mots qui vibrent
Sur les murs du mois de mai
Ils nous disent la certitude
Que tout peut changer un jour
Viens, je suis là, je n'attends que toi
Tout est possible, tout est permis
Nous prendrons le temps de vivre
D'être libres, mon amour
Sans projets et sans habitudes
Nous pourrons rêver notre vie
[Le Temps de Vivre, Georges Moustaki]
D'être libres, mon amour
Sans projets et sans habitudes
Nous pourrons rêver notre vie
Viens, je suis là, je n'attends que toi
Tout est possible, tout est permis
Viens, écoute ces mots qui vibrent
Sur les murs du mois de mai
Ils nous disent la certitude
Que tout peut changer un jour
Viens, je suis là, je n'attends que toi
Tout est possible, tout est permis
Nous prendrons le temps de vivre
D'être libres, mon amour
Sans projets et sans habitudes
Nous pourrons rêver notre vie
[Le Temps de Vivre, Georges Moustaki]
quarta-feira, novembro 09, 2005
Uma urgência e ninguém
Perdi a mala uma vez mais.
Estou no aeroporto branco de uma cidade branca.
Procuro um tazi, mas já todos os táxis partiram.
Não sei sequer onde estou.
Constato que já não há (ou ainda não há) autocarros.
Talvez esteja a sonhar.
Talvez não esteja.
Talvez esteja acordado dentro do sonho.
Exílio, dizem, desterro.
E é isto.
Um aeroporto branco numa cidade branca.
Uma urgência e ninguém.
Extraído de "Rafael"
[Manuel Alegre]
Estou no aeroporto branco de uma cidade branca.
Procuro um tazi, mas já todos os táxis partiram.
Não sei sequer onde estou.
Constato que já não há (ou ainda não há) autocarros.
Talvez esteja a sonhar.
Talvez não esteja.
Talvez esteja acordado dentro do sonho.
Exílio, dizem, desterro.
E é isto.
Um aeroporto branco numa cidade branca.
Uma urgência e ninguém.
Extraído de "Rafael"
[Manuel Alegre]
terça-feira, novembro 08, 2005
Ferro e fogo #2
"Mais exhumer une loi de 1955, c'est envoyer aux jeunes des banlieues un message d'une sidérante brutalité : à cinquante ans de distance, la France entend les traiter comme leurs grands-parents. Le premier ministre devrait se rappeler que cet engrenage d'incompréhension, de fébrilité martiale et d'impuissance avait alors conduit la République aux pires déboires."
Editorial de hoje do Le Monde
Mimos
Augusto Santos Silva, dirigente socialista, comentou o facto de existirem duas candidaturas, da área socialistas.
Atribui essa situação a dois erros cometidos.
Um pelo PS.
Outro de Manuel Alegre.
Bem, em relação à primeira questão, será certamente apenas parte da verdade. ASS não se refere na forma desastrosa como o PS geriu o assunto com Alegre.
Quanto à segunda, haverá muita verdade. Fiquei suspreendido com a mais recente entrevista de Alegre à TVI. Nela, o candidato terá afirmado que estava indeciso em relação à candidatura, e que a posição de Soares e os apoios que então recebeu, é que determinaram ao seu avanço.
Neste processo, Alegre é portanto vítima da sua própria indecisão, que deu espaço para o avanço de Soares.
Claro que a atitude de Soares poderia e deveria ter sido mais edificante.
Mas isso já é outra história...
Debaixo d"água tudo era mais bonito
Título do Post: Extraído da canção Debaixo d'água de Arnaldo Antunes
segunda-feira, novembro 07, 2005
Figuras de estilo
Como se pode ler neste post do blogue Filho do 25 de Abril, a Sic Notícias promoveu um debate entre os mandatários para a juventude dos actuais candidatos à presidência da República. A fadista Katia Guerreiro representa Cavaco Silva, Pac Man representa Manuel Alegre e Joana Amaral Dias o candidato Mário Soares.
Aqui elogiada pelas suas performances musicais, Katia Guerreiro inicia esta campanha política da pior forma. Não compareceu ao debate por simplesmente não aceitar debates. Este comportamento é no mínimo lamentável.
Brilhante é o comentário final do autor do post (Ricardo):
domingo, novembro 06, 2005
Há palavras que nos beijam
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill
Transparente
Continuamos no fado. Continuamos com as vozes femininas do mesmo. É o mais recente registo de Mariza. E de facto, é límpido e transparente. De longe , o seu melhor registo. Com a preciosa presença de Jacques Morenlembau, produtor e músico de alguns dos meais recentes registos de Caetano Veloso. Espero que gostem. Boas audições.
sábado, novembro 05, 2005
sexta-feira, novembro 04, 2005
Muda tudo, até o mundo
É por amor que se aceita
E também se diz que não
É por amor que se aceita
E também se diz que não
Só por amor se rejeita
outro amor outra paixão
Só por amor se rejeita
outro amor outra paixão
É por amor que se cai
Ou Se vence ou se resiste
É por amor que se cai
Ou Se vence ou se resiste
Por amor nada nos dói
Por ele não se desiste
Por amor nada nos dói
Por ele não se desiste
É por amor nos damos a quem não gosta de nós
É por amor nos damos a quem não gosta de nós
É por amor que cantamos até já não termos voz
É por amor que cantamos até já não termos voz
É por amor que se aposta toda a vida num segundo
É por amor que se aposta toda a vida num segundo
Porque quando a gente gosta muda tudo, até o mundo
Porque quando a gente gosta muda tudo, até o mundo
["Muda tudo, até o mundo" Katia Guerreiro]
E também se diz que não
É por amor que se aceita
E também se diz que não
Só por amor se rejeita
outro amor outra paixão
Só por amor se rejeita
outro amor outra paixão
É por amor que se cai
Ou Se vence ou se resiste
É por amor que se cai
Ou Se vence ou se resiste
Por amor nada nos dói
Por ele não se desiste
Por amor nada nos dói
Por ele não se desiste
É por amor nos damos a quem não gosta de nós
É por amor nos damos a quem não gosta de nós
É por amor que cantamos até já não termos voz
É por amor que cantamos até já não termos voz
É por amor que se aposta toda a vida num segundo
É por amor que se aposta toda a vida num segundo
Porque quando a gente gosta muda tudo, até o mundo
Porque quando a gente gosta muda tudo, até o mundo
["Muda tudo, até o mundo" Katia Guerreiro]
quinta-feira, novembro 03, 2005
Tudo
Regressamos ao fado. Desta vez no feminino. O terceiro registo de Katia Guerreiro. Chama se "Tudo ou nada". Como o resto da sua discografia, vale a pena ouvir. Com atenção. Boa audição. Espero que gostem.
quarta-feira, novembro 02, 2005
terça-feira, novembro 01, 2005
Mais ainda?
"(...) precisamos de mais liberalismo, de mais liberdade económica (...)".
José Pacheco Pereira no Abrupto.
José Pacheco Pereira no Abrupto.
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