terça-feira, novembro 08, 2005

Mimos

Augusto Santos Silva, dirigente socialista, comentou o facto de existirem duas candidaturas, da área socialistas.
Atribui essa situação a dois erros cometidos.
Um pelo PS.
Outro de Manuel Alegre.
Bem, em relação à primeira questão, será certamente apenas parte da verdade. ASS não se refere na forma desastrosa como o PS geriu o assunto com Alegre.
Quanto à segunda, haverá muita verdade. Fiquei suspreendido com a mais recente entrevista de Alegre à TVI. Nela, o candidato terá afirmado que estava indeciso em relação à candidatura, e que a posição de Soares e os apoios que então recebeu, é que determinaram ao seu avanço.
"Só senti verdadeiramente vontade, impulso e alegria de me candidatar depois de o PS se ter pronunciado a favor do apoio à candidatura de Mário Soares", afirmou, adiantando que quando o partido o sondou sobre essa possibilidade estava hesitante."Estávamos à espera uns dos outros, porque eu nunca tinha decidido candidatar-me. Houve conversas, porque ninguém se queria candidatar. Eu não tinha esse problema resolvido dentro de mim, não tinha aquele impulso", explicou.O dirigente socialista salientou que falou "várias vezes, a dois e com várias pessoas presentes", com o secretário-geral do PS, José Sócrates, mas que nunca houve "um acordo formal" sobre as presidenciais. "A certa altura ele tinha isso resolvido em relação a mim mais do que eu", declarou, acrescentando que, mais tarde, os "muitos apoios" que recebeu o levaram a ter "vontade" de ser candidato.
Neste processo, Alegre é portanto vítima da sua própria indecisão, que deu espaço para o avanço de Soares.
Claro que a atitude de Soares poderia e deveria ter sido mais edificante.
Mas isso já é outra história...

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