quarta-feira, novembro 09, 2005

Uma urgência e ninguém

Perdi a mala uma vez mais.
Estou no aeroporto branco de uma cidade branca.
Procuro um tazi, mas já todos os táxis partiram.
Não sei sequer onde estou.
Constato que já não há (ou ainda não há) autocarros.
Talvez esteja a sonhar.
Talvez não esteja.
Talvez esteja acordado dentro do sonho.
Exílio, dizem, desterro.
E é isto.
Um aeroporto branco numa cidade branca.
Uma urgência e ninguém.

Extraído de "Rafael"
[Manuel Alegre]

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