terça-feira, janeiro 10, 2006
Espanha: detido primeiro fumador por recusar cumprir lei
Neste início de 2006, começou a vigorar na vizinha Espanha uma nova lei anti-tabaco. Considerada como "dura" por alguns, e ajustada por outros; uma coisa é certa: as coisas no país aqui do lado, quando são para funcionar, são a sério, não ficando apenas pela letra da lei.
Por cá, os do costume (Miguel Sousa Tavares à cabeça) alertam para os exageros da lei, e que Portugal não deve aplicar tamanha dureza.
A presente lei espanhola parece me um pouco dura; mas vejamos a nossa realidade. Estamos num restaurante, sentimos o fumo de tabaco perto de nós, teremos que pedir com toda a delicadeza que o vizinho desvie o fumo (apagar está fora de questão), "favor" a que acede contrariado.
Existe algum bar em Lisboa que se possa estar, sem que a meio da noite tenhamos que saír, não suportando mais o fumo? Não conheço.
No trabalho, se o chefe não fumar, temos sorte... os fumadores terão que fumar junto às janelas. Caso contrário, é uma guerra perdida. Quem está mal muda-se, e portanto, quem não se sente bem com um cheiro permanente a tabaco, terá que mudar de emprego.
Resumindo, por cá, direitos de não fumador é coisa que não existe. Tem que se apelar para os sentimentos mais nobre do fumador para que ele se digne a desviar o fumo do tabaco.
Portanto, antes de ver e criticar os exageros da lei espanhola, seria importante registar que por estas bandas não há rei nem roque, e os exageros contrários são a regra.
Legisle-se e aplique-se portanto uma lei justa. Uma lei em que o não fumador possa usufruir de espaços de trabalho e lazer, de forma natural. Uma lei que defina espaços próprios, devidamente separados dos espaços não-fumador (e não como aqueles restaurantes, cujo a fronteira é apenas uma fila de cadeiras). E sobretudo uma lei que seja aplicada. Mesmo.
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